CINCO INSTITUIÇÕES PORTUGUESAS UNEM ESFORÇOS PARA DINAMIZAR TESTES EM MAR ABERTO DE TECNOLOGIAS OCEÂNICAS
Cinco instituições portuguesas – CEiiA, CoLAB +ATLANTIC, Fórum Oceano, INESC TEC e WavEC – decidiram dar um passo determinante no esforço conjunto que iniciaram em 2020, e uniram-se para criar o OceanACT, um consórcio 100% português que visa promover o teste de tecnologias oceânicas inovadoras em Portugal.
O principal objetivo deste Consórcio é o de criar o OceanACT – Atlantic Lab for Future Technologies, um centro de desenvolvimento, teste, demonstração e qualificação de serviços e produtos tecnologicamente inovadores enquadrados na Economia Azul, que será responsável pela gestão e dinamização das infraestruturas de demonstração disponíveis no país.
A criação do Consórcio OceanACT, em julho deste ano, reforça o compromisso das cinco instituições fundadoras em converter Portugal num ponto de referência para o teste de tecnologias oceânicas, um passo fundamental e decisivo no desenvolvimento de infraestruturas de investigação científica e na otimização do seu desempenho. A iniciativa vai permitir articular a zona de testes da Aguçadoura e a zona piloto de Viana do Castelo com outras infraestruturas, nomeadamente com infraestruturas de teste de robótica marinha, de telecomunicações, e de tecnologias de deteção para monitorização e operação em ambiente oceânico.
António Sarmento, Presidente do WavEC e Chefe do Consórcio OceanACT, salienta a importância de que exista uma instituição que centre os esforços em criar em Portugal um ponto estratégico e reconhecido mundialmente no desenvolvimento de tecnologias oceânicas altamente inovadoras: “O oceano vai ser a nova fronteira do conhecimento e da economia no século XXI e tal requer o desenvolvimento, teste e validação de um vasto conjunto de tecnologias e fornecedores. É nesse sentido que apontam diversas iniciativas europeias de criação de redes de centros de teste oceânicos. Portugal tem que estar na linha da frente deste movimento e com isso ajudar a cadeia de valor nacional a antecipar os seus possíveis fornecimentos, o desenvolvimento de propriedade industrial e a criação de emprego qualificado. O OceanACT tem esta ambição e será uma entidade aberta a outros parceiros que se identifiquem com o projeto”. O Consórcio vai, assim, fomentar a operacionalização e atualização das infraestruturas de teste já existentes, alavancando a atração de projetos de demonstração nessas instalações, a oferta de serviços associados e a articulação dos mecanismos de acesso às infraestruturas junto das administrações competentes.
Portugal tem sido o berço de testes de diversas tecnologias inovadoras de energias renováveis oceânicas, onde se destacam a Central de energia das ondas da Ilha do Pico, o Archimedes Waveswing – AWS, o Pelamis, o WindFloat e o Waveroller. Em breve, o projeto de demonstração de energia de ondas HiWave-5 da CorPower será também iniciado em Aguçadoura, uma zona que tem acolhido diversos ensaios nesta área e, atualmente, na zona piloto de Viana do Castelo encontra-se instalado o parque WindFloat Atlantic.
Através do desenvolvimento de áreas como as energias renováveis marinhas e a observação do oceano, a Economia Azul representa cada vez mais um papel relevante na dinamização da economia portuguesa. No entanto, existe ainda um grande potencial de desenvolvimento e demonstração de tecnologias oceânicas, não só para produção de energia, mas também para aquacultura offshore e sistemas de apoio como, por exemplo, sistemas robóticos subaquáticos autónomos para inspeção, operação, ou manutenção.
Atualmente estão em curso processos de natureza administrativa, sendo o objetivo do Consórcio OceanACT que a entidade legal seja constituída em 2022, e que o centro de desenvolvimento e teste possa iniciar as suas atividades em 2023.